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GEDIVAN DE ALBUQUERQUE

( BRASIL – RIO DE JANEIRO )

Frequentou Instituto Metodista Bennett

Estudou Jornalismo na instituição de ensino Universidade Federal do Rio de Janeiro,

Trabalhou como Ator na empresa TV Globo.

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A seguir, o poema publicado na Folhinha Poética – 2012:

       A MULHER DO INTERIOR E O INTERIOR DA MULHER

É no interior
Que a mulher está mais só. Sem companheiro
Os homens do interior dessa mulher
São seu medo e desejo confuso. Seu horário fuso.
Ela já está em outro tempo. Há muito tempo.
Eles são uns pré-históricos na sempre contemporaneidade
feminina

E ela, ainda que reprimida, está lá, inteira — diamante bruto —
Precisa ser tocada de leve. Mas é assim que se deve.
Ora, companheiro, seja gentil... no toque... na palavra.
Não troque carinhos como quem troca de escrava.
Cada uma tem uma história forte. Personalizada.
Tecida e remoída na solidão de ser mulher.

Os homens do interior não entendem essa fragilidade
Criada mesmo por eles na verdade
E nisso são iguais aos da grande cidade.
Confundem todo poder com virilidade.
E a mulher nessa confusão, que não inventou  Pátria,
Família e Tradição       
Acaba sonhando, obrigada, com um homem que a
leve pela mão.      
Eu conto nos dedos a exceção.

Pobre do interior da mulher do interior. Tão rico de
mulher. Às várias ,
As possíveis. Tão ricas de interior. Tão interiorizadas.
Pobre do meu país, que é muito mais infeliz do que
sabe.
Que não vê ainda a inteligência delas. A sensibilidade
oculta. A visão adulta.
Pois que toda mulher é culta e sabe filosofia. Ouve e
pensa com maestria.
É tão forte e superior que pode ser desprezada pelos
homens...
Sempre que quiser movê-los em direção do futuro.

*

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Página publicada em agosto de 2023